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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Cultura | Sarau de Primeiro Aniversário | FIC*

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FOTO OFICIAL: Original: Helton Meireles, Megafone Soluções Culturais.
TRATO: Evaldo Brasil, Fórum Independente de Cultura.

*Ata do Sarau de 15 de Abril: Aniversário

Sarau do FIC – Fórum Independente de Cultura de Esperança – Reunião de 1º Aniversário. Registro das pessoas que compareceram à Praça da Cultura neste 25 de abril de 2015. (Ass).

Realizamos o Sarau o mais informalmente possível. A descontração tem sido uma marca do grupo, assim comemoramos o primeiro aniversário. O encontro estava marcado para se realizar na Câmara Municipal, palco de nossas apresentações desde o ato inaugural, mas por não termos bem definidas as funções de cada um, houve o imprevisto de não solicitar aquela casa legislativa. De toda sorte, por consenso, optou-se por celebrar na Praça da Cultura, local propício e sugestivo para o viés das artes.

Nesse ar festivo, Rau Ferreira e Evaldo Brasil vestiram a camiseta alusiva ao evento, com a ilustração do “Silvino” moeda cultural proposta para servir para o escambo de bens culturais.

A convite de Carlos Almeida Jerimum, Marco di Aurélio, cordelista membro da Comissão Paraibana de Folclore, compareceu ao evento trazendo a sua trupe, dentre eles: Pedro Soares e Beto Cabeça.

Rau Ferreira deu início ao sarau dando as boas vindas a todos, defronte a EMEF Dom Palmeira (monumento histórico, marco da educação esperancense) pano de fundo para formação da mesa inaugural com Clêrton Moura, Marco di Aurélio, Evaldo Brasil e Pedro Soares. Após algumas palavras do co-fundador Brasil, registrando a presença dos esperancenses, Almeida foi convidado a apresentar o estreante no evento Marco di Aurélio, quem, acabou se apresentando por provocação do confrade. Aurélio apresentou Pedro Sores, registrando a satisfação de estar aqui. Moura apresentou estatísticas a despeito da cultura no nosso país e valorizou a iniciativa FIC, arrancando aplausos.

Como mestre do cerimonial, Ferreira chamou ao palco Marco di Aurélio (poemas) acompanhado por Pedro Soares (violão) que cantou Aroeira (Geraldo Vandré). Mudado o cenário, agora olhando para o coreto e a matriz, Soares interpreta Elomar (Cantiga de Amigo, que findaria solo para Sertão de Dentro, de Aurélio) e Viola Quebrada (Inezita Barroso).

Ferreira recitou versos atribuídos à Virgolino Ferreira (Lampião); convidou a estreando Edvânia Aguiar, que recitou Saudação em 7 versos, poema dedicado ao FIC/Megafone, emocionando a todos. Ela ainda cantou, acompanhada de Silas Oliveira (violão) As Razões do Coração (V. Morais).

Almeida recita Jogo de fuitibó (José Laurentino) incorporando Jerimum, mas não sem antes explicar que este fora o seu primeiro em terras paraibanas, quando aqui chegara nos anos 80, dizendo ainda o coco Matança (Jatobá/Xangai). Soares emendou com Raízes (Renato Teixeira).

Após, Ferreira recitou o seu Debaixo da Castanhola, lembrando que ali, naquela praça, ele dera o seu primeiro beijo de amor, e que o título era uma paráfrase de Debaixo do Tamarindo, de Augusto dos Anjos, cujo centenário de morte foi comemorado em 2014. Nisso, interveio Pedro Soares que, na condição de engenheiro, visitou todos os engenhos do Vale do Paraíba, e em especial, o Pau d'Arco, para esclarecer que a casa apontada pelo Estado como sendo da ama de leite Guilhermina, na verdade, era a Casa Grande do Engenho, necessitando, pois de uma retificação pelas autoridades competentes. Soares então recita o soneto de Dos Anjos.

Em sucessivo, Brasil disse – de Pedro para Pedro – da alegria de estarmos ali naquele lugar tão sugestivo, explicou o termo “boiado” para o conviva, nas preliminares do dizer seu Santo Antonio se enganou (C49-124), tendo o hinário da Igreja Matriz como fundo musical.

Ao final desta primeira parte, todos se confraternizaram com torta e refrigerante, oportunidade para conhecer melhor as pessoas e trocar “figurinhas”, por assim dizer, do que cada um tem feito em prol da cultura, as experiências vividas e até do preparo de aluá de abacaxi.

Na segunda parte, Brasil falou do formato, bem mais informal que a primeira, em temas livres e descontraídos. Edvânia Aguiar e Silas Oliveira apresentam Loura ou Morena (V. Morais) voz e violão, “um foxtrote pré-bossa nova”, conforme Clêrton Moura conta da história da música. Seguidos de solo a dois violões pela dupla Silas e Clêrton. Alisson Barbosa disse Nordeste Independente (Bráulio Tavares/Ivanildo Vila Nova).

Almeida chama Di Aurélio e Soares para voltar à cena. Soares toca trechos do Auto da Carta (Elomar), Das terras de Benvirá (Geraldo Vandré); Di Aurélio pede poema a Soares, mas antes cita Banabuyê e recita Capeta em seu hino nordestino e seu Me deixe ser poesia. Encerrando a noite, atendendo ao pedido, Soares recita Cântico Negro (José Régio) ao lado.

Nada mais havendo a registrar, exceto a data para o próximo sarau, sábado 30 de maio, lavra-se esta ata a quatro mãos. Rau Ferreira. Evaldo Brasil.

1º Aniversário

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15ABR Famílias plantando uma semente de esperança: Enfim completamos um ano de atividades. Parabéns para Rau e Hauane Ferreira, pai e filha que se dedicam a esse evento, aqui representando os outros tantos que frequentam/fazem o sarau do Fórum Independente de Cultura.
FOTOMONTAGEM: Evaldo Brasil
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15ABR Ferreira chamou ao palco Marco di Aurélio (poemas) acompanhado por Pedro Soares (violão) que cantou Aroeira (Geraldo Vandré). Mudado o cenário, agora olhando para o coreto e a matriz, Soares interpreta Elomar (Cantiga de Amigo, que findaria solo para Sertão de Dentro, de Aurélio) e Viola Quebrada (Inezita Barroso)
FOTO: Evaldo Brasil, Fórum Independente de Cultura.
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15ABR Ao final desta primeira parte, todos se confraternizaram com torta e refrigerante...
FOTO: Helton Meireles, Megafone Soluções Culturais.
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15ABR (Rau Ferreira, cerimonialista, auxilia na distribuição do lanche)
FOTO: Evaldo Brasil, Fórum Independente de Cultura.
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15ABR ...oportunidade para conhecer melhor as pessoas e trocar “figurinhas”, por assim dizer, do que cada um tem feito em prol da cultura, as experiências vividas e até do preparo de aluá de abacaxi.
FOTO: Trupe do Marco
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15ABR Almeida recita Jogo de fuitibó (José Laurentino) incorporando Jerimum, mas não sem antes explicar que este fora o seu primeiro em terras paraibanas, quando aqui chegara nos anos 80, dizendo ainda o coco Matança (Jatobá/Xangai)
FOTO: Trupe do Marco
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Cipó Caboclo tá subindo na virola
Chegou a hora do Pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato, da Imburana
Descansar, morrer de sono na sombra da Barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal Mata Atlântica e a próxima Amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve o Cedro, nosso primo
Desde de menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete, mesa, cadeira, balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da Sucupira
Parece até mentira que o Jacarandá
Antes de virar poltrona, porta, armário
Mora no dicionário, vida eterna, milenar

Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde dá sombra ao ar
Que se respira e a clorofila
Das matas virgens destruídas vão lembrar
Que quando chegar a hora
É certo que não demora
Não chame Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar é

Caviúna, Cerejeira, Baraúna
Imbuia, Pau-d'arco, Solva
Juazeiro e Jatobá
Gonçalo-Alves, Paraíba, Itaúba
Louro, Ipê, Paracaúba
Peroba, Massaranduba
Carvalho, Mogno, Canela, Imbuzeiro
Catuaba, Janaúba, Aroeira, Araribá
Pau-Ferro, Angico, Amargoso, Gameleira
Andiroba, Copaíba, Pau-Brasil, Jequitibá
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15ABR Segundo cenário do evento.
FOTO: Trupe do Marco.
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15ABR Parada pra foto oficial, no primeiro cenário.
FOTO: Trupe do Marco.
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15ABR Parada pra foto oficial, num segundo clique.
FOTO: Helton Meireles, Megafone Soluções Culturais.
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15ABR Di Aurélio (...) cita Banabuyê e recita Capeta em seu hino nordestino e (diz) seu Me deixe ser poesia
(FOTO: Helton Meireles, Megafone Soluções Culturais):
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Braseiro doce
remédio sem tampa
um vento frouxo que me abraça
na voz de um cancão que canta…
Ou, minha santa!
Deixe eu morrer não.
Me guarde numa ribanceira desse rio…
Me deixe ao sol
feito uma macambira avermelhada de brabeza…
Deixe eu morrer não…
Me valha de mais tempo
me encha todinho d’água
que nem fosse um pote novo
suando de alegria.
Me faça de rebento
no mei d’uma trovoada
me faça de semente
no chão bem enterrada
e deixe que eu ouça
um pingo numa poça
me deixe ser toada.
Toada de encanto
de seca ou de invernia
não deixe eu morrer não
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15ABR Silas Oliveira faz os solos e acompanha Edvânia Aguiar.
FOTO: Helton Meireles, Megafone Soluções Culturais.
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15ABR Edvânia Aguiar e Silas Oliveira apresentam Loura ou Morena (V. Morais) voz e violão, “um foxtrote pré-bossa nova”, conforme Clêrton Moura conta da história da música.
(FOTO: Helton Meireles, Megafone Soluções Culturais):
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Se por acaso o amor me agarrar
Quero uma loira pra namorar
Corpo bem feito, magro e perfeito
E o azul do céu no olhar
Quero também que saiba dançar
Que seja clara como o luar
Se isso se der
Posso dizer que amo uma mulher

Mas se uma loura eu não encontrar
Uma morena é o tom
Uma pequena, linda morena
Meu Deus, que bom
Uma morena era o ideal
Mas a loirinha não era mau
Cabelo louro vale um tesouro
É um tipo fenomenal
Cabelos negros têm seu lugar
Pele morena convida a amar
Que vou fazer?

Ah, eu não sei como é que vai ser
Olho as mulheres, que desespero
Que desespero de amor
É a loirinha, é a moreninha
Meu Deus, que horror!
Se da morena vou me lembrar
Logo na loura fico a pensar
Louras, morenas
Eu quero apenas a todas glorificar
Sou bem constante no amor leal
Louras, morenas, sois o ideal
Haja o que houver
Eu amo em todas somente a mulher
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15ABR Encerrando a noite, atendendo ao pedido, Soares recita Cântico Negro
(FOTO: Helton Meireles, Megafone Soluções Culturais):
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"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
(JOSÉ RÉGIO)

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